Felicidade é dor que dura pouco
Morre a cada minuto
Cai gota a gota e pinga
Pinga, limão e açúcar não curam
Cai e se esvai
Vai! Bêbado! Vai!
Mostra tua cara pra tua mãe
Diz pra teu pai que tome no cu
Ele te largou! Ele está ali!
O homem que você ama, poeta
É o mesmo homem com quem você trepa
Acostuma-te a tua vida nojenta e crua
A vida, meu amigo, tua vida é a rua
A rua sim que é tua companheira
Não te abandona e não te exclui
Não se diverte, mastiga, mastiga e mastiga
- quisera que mastigasse
mas não mastiga!
A vida, seu burro, é que nem a rua
- é tua companheira inseparável,
mas não te traz alegria
A rua, meu amigo, a rua é teu destino
O homem, esse que você come
Esse, esse mesmo que te come
esse, um dia vai que a terra come?
E ai, poeta? E ai?
Valeu a pena? Tua alma era pequena ou o que?
Valeu a pena todas tuas gozadas?
Valeu a pena beber veneno
(o veneno dele)
?
Ai, poeta! Ai ai ai poeta!
Não seja burro, não cai nessa
A vida não te serve amor em travessa
Atravessa a rua, mirando o carro
Ele te desvia e te guia pro teu infindável sofrer
A vida, poeta, a vida é teu infindável inimigo
Anti-amigo, anti-nada
Nem Hugo Boss ou Prada
deixariam tua vida mais feliz
A crueldade crua não existe
Você que é burro e se entrega
Erga seus postes sem brexas
Abra suas barreiras e metas:
Meta com tudo e todos!
Aquele homem que se foda!
Deixa ele morrer na seca!
Deixa ele com seu próprio veneno!
Ele não vê que você deu seu coração por ele?
Fooooooooooooooooooda-se!
Vai, poeta, vive tua morte
E o resto depois você me conta...
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